Memória Capixaba

Vila Velha volta a debater plano de teleférico.
A empresa que vencer a concorrência arcará com os custos da obra - R$ 4 milhões - e depois vai explorar o turismo no local

A GAZETA
Vitória (ES), sábado, 10 de maio de 1997.

O teleférico proposto pela Prefei-tura Municipal de Vila Velha (PMVV) para ligar o Convento da Penha ao Morro do Moreno terá capacidade para atender a 500 pessoas por hora.
A intenção é instalar dois bondinhos semelhantes aos existentes no Rio de Janeiro, com capacidade para 12 pessoas em cada bonde.

O projeto especificando o sistema foi entregue ontem pelo prefeito, .Jorge Anders ao guardião do Convento, frei Moisés Bezerra; ao representante do Instituto Histórico, Gerson Vidal; e à presidente da Associação de Amigos do Convento, Lígia Paoliello de Freitas.
Uma comissão a ser composta por dois representantes do santuário, dois da PMVV, dois da Associação de Amigos do Convento e um do Instituto Histórico irá analisar a viabilidade do projeto. Eles levarão em consideração a preservação do patrimônio histórico, a não descaracterização do Convento como local religioso e a preservação ambiental.
A princípio, disse frei Moisés, o sistema parece ser necessário para facilitar o acesso das pessoas idosas, doentes e deficientes. No entanto, informou o frei, a congregação pertence a 600 frades, que através de um conselho sediado em São Paulo irá também avaliar o que se pretende.

Do projeto, informou o prefeito, consta a instalação de um acesso alternativo para o santuário, pois os bondinhos chegarão apenas no campinho do Convento.
A firma a execu-tar e explorar o sistema se compro-meterá, também, a recuperar e manter o Parque da Prainha, onde estará localizada a central dos bondes. Frei Moisés entende que se o projeto for aprovado por todos os envol-vidos, o primeiro acesso a ser cons-truído deverá ser o que liga o campinho ao Convento. "Este é o mais problemático", entende o frei.

A agência do Banco do Brasil, em Vitória, estado do Espírito Santo, liquidataria dos bens da massa falida da Companhia de Fiação e Tecelagem de Vitória, vem em cumprimento ao artigo 123, do Decreto 5.746 de 1929, (falência) anunciar a venda dos bens da referida massa falida, constantes dos seguintes:

Uma grande fábrica de tecidos em um terreno de 60.000 m² compondo-se de um edifício de construção sólida, piso de cimento em parte coberto com uma chapa de cimento armado tendo outra parte de telhas e zinco.
Está dividido em sete salas e em um puxado coberto de telhas e zinco, tendo em seguimento um prédio sobre a dado coberto de telhas de barro, ocupado na parte térrea com o almoxarifado e oficinas de reparações e a parte alta de moradia de família.
Na primeira sala, está a sessão de fiação com uma frente de 30 m e 45 m de fundos, construídas sólidamente com todas as regras higiênicas.

Nesta sala contém todos os mecanismos modernos e em perfeito estado de conservação e uma grande parte sequer foi usada.
Na Segunda sala, está a sessão de batedores, com 4,20 m de frente e 24 de fundos.
Na terceira sala, está acessão de escritório técnico com 4,20 de frente e 5 metros de fundos.
Na quarta sala, sessão de tecelagem, com 55 m de frente e 20 de fundo.
Na quinta sala, sessão de panos, com 6,20 m de frente e 9,30 de fundo.
Na sexta sala sessão de tinturaria e preparação, com 18 m de frente e 15 de fundo.

Na sétima sala, sessão de transformadores, com 12 metros de frente e três de fundo.
Há também uma caixa d'água para capacidade de 50 mil litros.
O almoxarifado tem grande quantidade de peças sobre saletes em ótimo estado de conservação.
Há também uma caixa d'água para capacidade de 50 mil litros.
A fábrica tem um contrato com o Governo do Estado concedendo favores para o fornecimento de força elétrica que terminará em 30 de junho de 1939.

Muquy, cidade progressista

MUQUY é uma cidade que vive cercada pela admiração de todos os que nos visitam. E com justiça a nossa encantadora cidade é a que tem mais esthetica em todo o nosso Estado.

As ruas são calçadas, o jardim é uma joia preciosa, onde notamos lindos especimens de flores que florescem. E' o ponto principal para o costumeiro "froting" das gentis e cultas senhoritas muquyenses.

O abastecimento d'agua da cidade é o melhor que se póde desejar e pertence á Prefeitura Municipal, Agencia do Correio, Telegrapho, açougue, Collectoria Estadual, Collectoria Federal, 2 jornaes, 2 agencias Bancarias, um Grupo Escolar, Escola Nocturna, um Gynmasio e Escola Normal.

Tudo isto possue a nossa Muquy. E ainda temos a accrescentar que o municipio de Muquy, pela sua extensão territorial é o municipio que produz mas café dentro do Estado. Exportamos ainda o milho, o feijão e grande quantidade de aves e ovos.
Actualmente o dr. Christiano Rezende, zeloso prefeito municipal, está construindo uma estrada desta cidade a Taquarussú, que é uma das melhores do Estado.

As vias de communicação são as melhores possiveis. Temos estradas ligando todos os municipios limitrophes. Que os outros municipios do Estado sejam bem administrados, eu acredito; mas que tenham construido o que nós temos feito depois da revolução de Outubro de 1930, só vendo de "visu".

Muquy, 14-8-33
José Vitorino de Lima.

Obras do aterro da Esplanada da Capixaba e Bento Ferreira no Governo Jones dos Santos Neves em 1951.
As obras de aterro e terraplanagem de Bento Ferreira.
Entroncamento da Avenida Cesar Hilal com a futura Leitão da Silva.

Nove meses depois de ganhar manchete em praticamente todos os jornais do país, São Mateus, uma cidade semicolonial encravada no norte do Espírito Santo, contempla hoje, entre o desalento e a esperança, a estrutura de aço de uma torre de petróleo, da qual espera redenção para o estado Capixaba.

Embora o entusiasmo de seus habitantes tem a diminuído - as probabilidades de comercialização do petróleo ainda são pequenas -, São Mateus espera que o líquido negro jovem de seus Campos e traga aquilo que a cidade já perdeu de vista - o progresso.

A súbita notoriedade não trouxe riquezas para São Mateus, a não ser uma violenta especulação imobiliária.

Casas velhas, alugadas anteriormente por 20 e 30 cruzeiros novos, passaram a valer 200 cruzeiros novos; terrenos baldios, oferecidos antes por mil cruzeiros novos, valem hoje, no mínimo 15 mil cruzeiros novos. Assim mesmo, não se encontram casas para alugar.

Vlog de Sexta (25/08/2023).

A colonização alemã no Espírito Santo começou em 1840 com o povoamento de cinco mil quilômetros quadrados, nona parte do território capixaba. Carlos Madeira em seu "Resumo da Colonização Alemã no Espírito Santo", publicado em 1966 no jornal A Gazeta, salienta que, em 1847, à margem do Rio Jucu, foi fundada a Colônia de Santa Izabel com a chegada de 38 famílias procedentes do Reno. Cada família recebeu do governo 50 hectares de terra, além de um auxílio financeiro de 25 a 60 mil réis por mês.

De 1846 a 1863, o governo provincial distribuiu aos imigrantes uma soma tão elevada que pesou em seu erário, desequilibrando a economia pública. Além da alimentação estranha, tipo de habitação precária e o aparecimento de moléstias tropicais, a população católica não aceitou a presença dos luteranos, não lhes vendia alimentos nem comprava o produto do campo. Quando, em 1858, Adalberto Jahn, ex-oficial alemão, assumiu a administração da colônia, conseguiu unir os praticantes dos dois credos. Na época, os imigrantes já eram em número de 410, com mais 184 brasileiros, seus descendentes.

A construção do nosso Edifício AMES na na Rua Alberto Oliveira Santos - obras no início dos anos 1970 e inauguração em 1974.

1974 – 05 de novembro: inauguração da sede própria da Ames no Edifício Ames, em Vitória, ES.

Edifício da Associação Médica do Espírito Santo, situado na Rua Alberto Oliveira Santos, 42, Centro, Vitória.

A escolha do nome do edifício, prestes a ser lançado no mercado imobiliário, mereceu discussão. Os empreendedores desejavam um nome com impacto
mercadológico e batizaram o prédio como Ed. Pasteur.

No entanto, o desejo dos membros da comissão era construir o Ed. Ames. Após o lançamento e a venda das unidades, ele foi renomeado como Edifício da Associação Médica do Espírito Santo, situado na Rua Alberto Oliveira Santos, 42, Centro, Vitória.

Coube a Comércio, Indústria e Engenharia Capixaba S.A. (Ciec) a construção do importante empreendimento, ficando sua incorporação a cargo da Valorização Imobiliária Capixaba S.A. (Vimcap).

O responsável técnico da obra foi o engenheiro João Luiz Tovar, e o
arquiteto, Marcelo Vivacqua.

A famosa parteira Mãe Cina, Romancina Carvalho Vieira nascida em Santa Cruz em 1903.
Ajudou no parto demais de 200 crianças ao longo da vida em Fundão.
Contava com 102 anos em 1992.

Imagens TVE.

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Poesias, palpites, partos e pensões

A habilidade da mulher que nasceu com mãos de fada

As cores e estampas da longa colcha de retalhos que iluminam a vida de Romancina Carvalho Vieira, 107 anos, são abundantes. Filha de mãe escrava e pai dono de engenho, Romancina cresceu no campo. É do tempo em que havia parteiras e da mãe herdou o dom. "Mais de 200 meninos nasceram pelas minhas mãos", contabiliza. "Só não dava conta quando o bracinho vinha antes da cabeça. Aí, chamava o doutor." Aprendeu a ler e escrever numa escola separada por distâncias vencidas sobre carros puxados por bois. "Tive a mesma educação dos meus irmãos brancos", diz em tom de orgulho.

Ao casar-se, levou como dote quatro cabeças de gado. Montou uma pensão em parceria. "Era um sobrado grande, com nove quartos, que me deu muito trabalho", descreve. "Dormia depois da meia-noite e acordava de madrugada. Valeu a pena. Fiz dinheiro e pude erguer minha casa." A pensão abrigou um trio de americanos que construíam um viaduto sobre uma ferrovia no Espírito Santo, na região de Ibiraçu. À época, o estado prosperava com a exportação de café.

Vitória e Vila Velha em 1974.
Acervo fotográfico de José Vicente Birck, Pai do nosso amigo Keko Sinclair.

Diario de Pernambuco (PE) - 1960 a 1969
Corre-corre em bingo de Natal o matou 9 pessoas

VITÓRIA (Espirito Santo) — (Meridional — DP) — Nove pessoas do sexo feminino, e com idade acima de 50 anos, morreram, no Estádio Governador Bley, vitimas do corre-corre para ganhar cartões de bingo de Natal.
As vítimas foram pisoteadas, por ocasião da abertura dos portões de entrada do estádio.
Cerca de 2 mil pessoas estavam, desde cedo, concentradas nas imediações do estádio, esperando a abertura dos portoes.
Quando isto ocorreu, não respeitaram os cordões de isolamento e invadiram, como uma enxurrada humana, a praça de esportes, causando a tragédia.
As vítimas residem em bairros pobres da cidade.

A estudante Ruthléa Mattos foi eleita Rainha dos Universitários em 1958.

Coroada sábado no Clube Vitória, Ruthleia Mattos, eleita Rainha dos Universitários Capixabas de 1958.
O prefeito Duarte Rabelo esteve presente ao evento - êxito completo.

Foi um êxito completo a Festa dos Universitários Espíritossanteses, sábado o último, nos salões do Clube Vitória.
A sociedade capixaba esteve presente, vivendo uma noite de raro encantamento.
A rainha dos Universitários é senhorita Ruthleia Mattos, bela morena que alia sua beleza a simpatia e a aplicação aos estudos.

Foi coroada pelo prefeito Armando Duarte Rabelo, recebendo, como as princesas e números mimos oferecidos pelo nosso comércio.
Doris Monteiro reafirmou suas altas qualidades artísticas.

Muita luz, alegria e bom gosto na festa dos nossos estudantes superiores que muito trabalharam mas viram seus esforços plenamente compensados.
Cumprimentamo-los assim como enviamos nossos parabéns a senhorita Ruthleia Mattos e as princesas estudantis.

Prossegue, dia a dia despertando maior interesse, o sertane patrocinado pela união dos Estudantes do Espírito Santo, para a escolha da Rainha dos Universitários.
Foi realizada ontem mais uma apuração. A candidata da escola de belas artes, senhorita Ruthleia Maytos continua na liderança, com 6 mil votos, seguida da senhorita Amélia Chiabai da Faculdade de Odontologia, e da escola de Belas Artes senhorita Umbelina Chiabai, da Escola de Serviço Social, com 800 votos, e outras menos votadas.

Cheia de animação, de graça, de beleza, a festa levada a efeito no Clube Vitoria pelos universitarios capichabas, com a cooperação brilhante do Baby's Jazz.

Os universitarios que, por força dos ultimos acontecimentos politicos, se achavam nesta capital, tiveram oportunidade de organizar uma festa que marcou época na nossa vida social.
As dansas tiveram inicio ás vinte e uma horas, terminando, com grande numero de pares ainda no salão, ás duas e meia da madrugada.

A meia-noite precisamente, foi aclamada a rainha dos universitarios capichabas — acontecimento inédito para a mocidade estudantina de nossa terra.
Recaiu a escolha na senhorinha Gilmir Martins, um dos mais cintilantes ornamentos da sociedade vitoriense. Em lindo improviso, a eleita, que é figura de reconhecido relevo intelectual, agradeceu a escolha dos universitarios.

Príncipe dos academicos de Direito capichabas foi eleito o sr. Clovis Ramalhete. A alma da festa foi, sem duvida, The Baby's Jazz que executou, com maestria, as melhores peças do seu repertorio.

— Amanhã ás vinte e uma horas, o Clube Vitoria abrirá os salões para outra festa encantadora. Será uma festa cheia de simplicidade por isso que o traje exigido será o mais modesto possivel.

As quinze horas, haverá uma vesperal infantil dedicada aos filhos dos srs. socios. E será uma grande alegria, para a garotada ha muito anciosa por uma oportunidade paar fazer de "gente grande", dansando ao som do Baby's Jazz.

COISAS E ASPECTOS DO BRASIL - COLONIA DE ITANHENGA - CIDADE DOS HANSENIANOS - 1946.

José Luiz HOLZMEISTER escreveu.

ITANHENGA - simples acidente geográfico, que não passaria da corriqueira definição de pequeno morro localizado no município de Cariacica, distando por estrada de rodagem, 15 quilômetros de Vitória, capital do Estado do Espírito Santo, se não fosse nesta mesma elevação erigido um dos maiores e mais bem organizados leprosários da da América do Sul.
Obra monumental, inaugurada em parte (13 edifícios), em 22 de maio de 1935, para em 11 de abril de 1937, acrescido de mais 52 pavilhões, perfazendo um total de 65, com todos os requisitos indispensáveis, traçados pela moderna higiene da lepra ser definitivamente inaugurado, tendo a presença de altas autoridades federais e estaduais.

Perspectiva panorâmica deslumbradora descortina-se ao galgar a Colônia de Itanhenga. Longe, ainda, já se divisam suntuosas construções, sobressaindo-se dentre estas o Preventório "Alzira Bley" e a Granja "Eunice Weawer", que se localizam fora da Colônia, destinadas aos filhos daqueles que na terra trouxeram o destino fatal de serem marcados pelos estigmas do mal de São Lázaro.
Obra filantrópica, é o complemento indispensável dessa complexa máquina que se torna necessária ao combate à lepra.

Deve o Estado, e, portanto, o pais, a tão custoso empreendimento, às figuras das homenageadas, daquelas que deram seus nomes a tão importantes estabelecimentos, cujas contribuições para sua realização, foram recolhidas por intermédio de, conferências e donativos, organizados pela
"Campanha da Solidariedade pró-filho do Lázaro".

Movimento é grande no primeiro dia do aquaviário

No primeiro dia de funcionamento do ter-minal Aquaviário Dom Bosco, inaugurado na tarde da última segunda-feira, mais de duzentas pessoas embarcaram até as 17 horas, de ontem fazendo o percurso ou para a Praia de Vila Velha ou centro da cidade.

De 20 em 20 minutos, as lanchas da Comdusa param no Terminal que funciona das 5h37 minutos às 20h17, primeira e última parada. Segundo o supervisor do Aquaviário, José Luiz, o maior número de passageiros que ali embarcam segue para Vila Velha.
No horario de "rush" — 17 às 19 horas — lanchas com horários extras fazem o mesmo trajeto com a única diferença de pegarem os primeiros passageiros no Dom Bosco.

OPÇÃO

Os usuários que pela primeira vez embarcavam no terminal Dom Bosco disseram que esta outra opção de transporte deveria ter surgido há mais tempo.
A economia de dinheiro — a passagem custa CrS 25, — e tempo justificavam, em parte, a espera de 20 minutos para chegar a seus destinos.

Renato Santos relata:

Meu pai, Ariosto da Silva Santos, faleceu no dia 09 de maio de 1962, quando um avião da Cruzeiro do Sul caiu no aeroporto de Vitória - acidente,se não me engano,com 26 mortos.
Somente 2 passageiros sobreviveram.
Entre os mortos estava Fábio Ruschi e um dos sócios da Chocolates Garoto.

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Adelpho Poli Monjardim e meu pai, Ariosto da Silva Santos, proprietário da A.S.Santos e Cia, que pavimentou a Av César Hilal e ruas da Praia do Canto na década de 1950.

Filipe José Pereira Leal (Rio de Janeiro, 27 de agosto de 1812 — Salvador, 13 de agosto de 1880 foi um político e diplomata brasileiro.

Bisavô do humorista Jô Soares.

Foi presidente da província do Espírito Santo, nomeado por carta imperial de 28 de junho de 1849, de 9 de agosto de 1849 a 3 de junho de 1851.

Além disso, exerceu o cargo de diplomata negociando com a Venezuela, em 1859, o Tratado de Limites e Navegação Fluvial, no qual as fronteiras entre os dois países foram delimitadas.

Documentário ‘Os Pomeranos’, produzido pela TV Gazeta em 1977, com direção de Vladimir Godoy.

O MEDICO MAIS VELHO DO MUNDO. Testemunha da Abolição, ele ainda lê jornal todos os dias.

Ele se considera um mutante da medicina. Prescrevia sangria e cataplasma e ultrapassou a era dos transplantes.

ELE se formou no início do século, quando a Medicina era chamada de sacerdócio. Aplicou cataplasma e sangria, fez diagnósticos
sem exames de laboratório e durante mais de 70 dos seus 100 anos de existência, trouxe ao mundo cerca de 2.000 bebês.

Hoje, o Dr. Aureliano Leite Barcellos mora no antigo bairro de São Domingos, em Niterói, numa casa de vila sombreada pela vegetação.
Sua casa — a nº 6 - tem o portão da frente trancado, mas um aviso convida o visitante a bater na porta dos fundos.

O Dr. Aureliano já não é chamado às pressas para fazer partos, mas gosta de ver gente e conversar, embora perca a maioria das palavras. Nos últimos anos, ficou inteiramente surdo, apesar de atento ao que se passa no mundo à sua volta. Tão atento que, há 40 anos, alimenta um curioso costume. Todos os dias, ao acordar, atualiza o velho calendário de madeira que marca os dias, meses e anos de sua vida.

Nascido em 1877, em São Mateus, no Espírito Santo, ele se considera uma espécie de mutante.
Sentado na varanda de sua casa, metido em seu pijama de flanela e paletó de casemira, sem notar que a sexagenária Juraci está catando arroz
na cozinha, ele explica que viu tudo mudar. O mundo e a medicina. Mas acha isso muito bom.

Formado em 1900, no tempo em que prevalecia a teoria da sangria de Brossais "um francês ditatorial que derramou mais sangue do que Napoleão em todas as suas guerras" - Dr. Aureliano acompanhou duas das grandes transformações nos caminhos da vida humana: as descobertas de Pasteur e a chegada dos antibióticos. "Mudar é sobreviver, uma lei da natureza" grita sem que ninguém lhe tenha perguntado nada. E o Dr. Aureliano é assim mesmo.

O Folclore de Conceição da Barra (1974)
Cena Brasileira de Tárik de Souza para o jornal Opinião em 1974.

Um domingo de movimento normal na praça Getúlio Vargas. Em frente à Igreja de Nossa Senhora da Conceição a pequena multidão de sempre. Namorados, moças e rapazes em bandos passeiam pelos Jardins.

Compactos blocos de lentos lavradores, pescadores e a classe média da cidade de Conceição da Barra, litoral do Espírito Santo vírgulam-se próximo à Igreja e nos bares das ruas laterais.

Um tiro de pólvora seca cala ou burburinho. De uma das bandas da praça, uma coluna magra de 16 homens, fardados de azul, invade a praça empunhando adagas e espadas de lata. Camisa de seda brilhante, de boca apertada e tênis, eles marcham ao rufado ralo de um tarol, guardando passadas medidas numa cadência solene.

Os rostos enrugados, envelhecidos precocemente, estão porém compenetrados de sua coreografia, os cenhos franzidos.

Dispostos à frente da igreja, eles discussão em versos decassilabos onde misturam-se um português arcaico e inesperadas metáforas.
Quando a multidão respeitosa acostumou-se aos invasores ouvem-se novos tiros.

Pela mesma rua, à direita Na praça ameaçadoramente com suas brilhantes fardas vermelhas.

Há uma r:apida troca de versos entre os adversários.
A seguir, a multidão da praça, envolvida, participa com gritos dos duelos de espadas das duplas de inimigos. Triunfam os azuis, encabeçados por uma bandeira com uma cruz bordada.
Depõe-se a bandeira vermelha, marcada pelo desenho de um sol e uma lua. Os cristãos venceram os mouros, como acontece há não menos de 100 anos em Conceição da Barra, a poucos quilômetros da fronteira baiana.

Maria Esperança da Conceição Saraiva (Doceira Capixaba)
Dona Maria Esperança da Conceição Saraiva, famosa doceira capixaba, residia na Rua Francisco Araujo.
Possuía casa com terreno na Avenida da República durante os aterros da Companhia B. Torrens para a construção do Parque Moscoso, na Rua Thiers Velloso, Rua General Osório, entre outros.

Faleceu em 1912 e está sepultada no Cemitério de Santo Antônio.
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Dona Luisa Maria da Bôa-Morte - 1883;
Escrava do Sr. Azambuja Meirelles - 1884;
Dona Zeferina da Costa Pinheiro Chagas - 1884;
Velha Aninha - 1886;
Dona Eufrásia Maria da Conceição - 1887;
Dona Virgínia Ramalho - 1887;
Dona Maria Esperança da Conceição Saraiva - 1900;
Dona Sinhá - 1952.

Acha-se á frente do alto cargo de presidente do visinho Estado do Espirito Santo o Exmo. Snr. Coronel Nestor Gomes, S. Exa, que é filho do Estado do Rio, — de Conceição de Macabú, — constitue em Victoria um caso typico de operosidade, de applicação, conseguindo do seu trabalho persistente grangear a admiração que todos lhe dedicam e o respeito que todos lhe tributam.
A escolha do Coronel Nestor Gomes para presidir os destinos do visinho Estado, deve-se tão somente aos dotes que lhe exornem o caracter e jamais ás conveniencias politicas de campanario.

S. Exa. que reluctou em principio na indicação de seu nome, acceitou por fim como candidato de conciliação — unico. Assim, o Coronel Nestor Gomes. pelo seu cavalheirismo e pelos seus principios será o traço de união da familia espirito-santense, bem digna de paz e de progresso.

Victoria apresenta no momento o interessante aspecto de uma cidade em plena effervescencia politica. Grupos aqui e ali discutem e offerecem alvitres ou palpites a favor deste ou daquelle contendor.
Não obstante o interesse que a questão reclama nada de maior ha a notar, além do calor da discussão. Para tal resultado muito tem cooperado a acção calma, ponderada e digna do 3o. batalhão de caçadores sob o commando do activo cavalheiro, coronel dr. Jayme Pessoa da Vieira.

A cada um dos membros do citado batalhão deve indiscutivelmente a população de Victoria os momentos de paz, em substituição da perspectiva lugubre de uma lucta entre irmãos.

Da imprensa de Victoria. rela:ivamente ao nosso representante destacamos o seguinte:

Offertada pelo dislincto cavalheiro. sr. Augusto Guilherme de Carvalho, temos sobre a mesa a bem elaborada revista fluminense "Luz e Sombra".
Repleto o seu texto de excellente literatura, com prazer vimos delle fazer parte mavioso soneto do nosso distincto conterrâneo Alcides Tovar.
Ao snr. Augusto de Carvalho, diligente representante da "Luz e Sombra", neste Estado, nossos agradecimentos.

"Diario da Manhã" de 11 de Junho findo.

Luz e Sombra. — Esteve hoje em nossa redacção o sr. Guilherme de Carvalho. digno representante da revista illustrada "Luz e Sombra" que é uma revista bem feita, tendo boas paginas de leitura dos melhores escriptores e uma parle dedicada ao nosso Estado.
Agradecidos pela nimia gentileza do snr. Guilherme de Carvalho, desejamos longos annos de vida a nova revista.

Da Gazeta de Victoria de 10 de Junho p. findo.

A firma Antenor Guimarães & C., de Victoria, com serviços de estiva, carga e descargas de vapores justifica plenamente a preferencia que para alta se afirma dia a dia, em virtude do apparelhamento moderno de que dispõe e da pratica incontestavel dos seus chefes e auxiliares.

Dentre os boteis de Victoria destaca-se o Hotel Internacional, sob a direcção da famjlia Leão Baldi, cujo chefe, sempre solicito, não perde opportunidade de grangear para o seu estabelecimento a preferencia justa dos viajantes.

Planta e prospecto do Forte de São Francisco Xavier da Barra da capitania do Espírito Santo, sobre a marinha no lugar chamado piratininga, da parte do sul ao entrar pelo rio, sobre rocha viva, sem que as marés cheguem a sua muralha, ???? uma légua da Vila da Victoria; pela sua espalda fica a Vila do Espírito Santo que deu nome a capitania toda.

Na primeira figura se vê que é circular, onde "A", mostra a rampa que sobe para ele;
"B", ponte; "C", trânsito em que está o corpo de guarda; "D", Quartel para guarnição;
"E". Casa da palamenta; "F", Prisao e por cima dela duas casas e ????? ; "G", casa da pólvora; "H", esplanada com ?? Com peças de ferro e uma fora da fortaleza no lugar "I", que é o porto por onde se chega a ela.

Sobre a sua porta se vê esta inscrição: reinando o ??? Alto, ???? todo poderoso Rei de Portugal Dom Pedro II, A.I. mandou fazer esta Fortaleza Dom Rodrigo da Costa Governador e Capitão-Mor deste estado do Brasil.
A figura 2 mostra a fachada da Fortaleza pela parte da marinha para onde tem o seu exercício.

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