First published at 13:06 UTC on April 8th, 2024.
1979 - No velho prédio de pedras da Avenida Nossa Senhora de Copacabana n.° 2, no Rio de Janeiro, o entra-e-sai é incessante. Na sala espaçosa do apartamento 202, umas vinte pessoas esperam pela cura das mãos do parapsicólogo Roberto Lengruber. No c…
MORE
1979 - No velho prédio de pedras da Avenida Nossa Senhora de Copacabana n.° 2, no Rio de Janeiro, o entra-e-sai é incessante. Na sala espaçosa do apartamento 202, umas vinte pessoas esperam pela cura das mãos do parapsicólogo Roberto Lengruber. No corredor, a ansiedade se mistura com desolação, depois que a secretária Alba, uma senhora gorda e risonha, anunciou pela décima vez que "as consultas estão suspensas até final de maio". Mal conseguindo levantar o braço direito, um senhor de sessenta anos reclama:
"Viajar mais de doze horas para ouvir isso, é demais! Ele tem que tirar a minha dor!" Lá dentro, num pequeno quarto atapetado de azul-violeta, Lengruber está sentado num banquinho de madeira. Alheio ao burburinho das pessoas na sala de espera, ele coloca a mão direita no joelho do industrial Antônio Renaux Resende. Fecha os olhos. Minutos depois torna a abri-los. Retira a mão. O paciente começa a andar. "Estou curado!" O telefone não pára de tocar. Dona Alba decide, afinal, tirar o fone do gancho. Encaminha-se até a porta, onde mais de cinqüenta pessoas tentam uma consulta, e avisa: "Estou cansada de dizer: não há mais horário para ninguém?'
Com a simples colocação da mão na parte afetada, Roberto Lengruber tem obtido excelentes resultados entre os seus clientes. Ao contrário de Nero, que nada cobra, ele recebe 500 cruzeiros por consulta.
Capixaba, da mesma terra de Roberto Carlos (Cachoeiro de Itapemirim), Roberto Lengruber procura abrir um debate amplo sobre a parapsicologia e a legalização das atividades paranormais que em nada prejudicam a Medicina. Ele aceita qualquer tipo de desafio.
LESS